9.12.12

Final Feliz

Ela se recostou nas almofadas e se manteve observando a sopa de letrinhas, tentando imaginar se os fabricantes criam o w e m separadamente ou se fazem tudo misturado - visto que não há como diferenciá-los já dentro do prato - e então ela percebeu o quanto os livros e a TV superestimam a morte. De acordo com eles, ela deveria pensar sobre as coisas que podia ter feito e se encontrar com outra parte dela mesma, ou algo assim. Mas ela simplesmente não se importava. Isso por que estava em paz. Tudo que ela havia feito ou deixado de fazer era passado, e isso com certeza era uma grande vantagem. Todos aqueles dias em que ela acordava indisposta não faziam diferença, e ela não podia se lembrar de nenhum deles. Não mais. Ela não tinha forçado esse dia, ela não tinha esperado esse dia, ela deixou as coisas acontecerem e teve o melhor final feliz que qualquer um poderia ter, por que ela não dependia de ninguém para se sentir realizada. Era exatamente a pessoa que queria ser, e sentia vontade de escrever isso na testa. Por que não, aliás?

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Obrigada, gafanhoto :3